Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Ouço-a na calma das tardes trazida pelo vento manso, sem sobressaltos nem pressas, dissimulada no marulhar das folhas, como o respirar leve da mais pequena das criaturas.
Ouço-a na calma das tardes trazida pelo vento manso, sem sobressaltos nem pressas, dissimulada no marulhar das folhas, como o respirar leve da mais pequena das criaturas.
Às vezes procuro-a entre a multidão barulhenta e sei que
ela está lá, alegria pura, cristal que ressoa, brilhante e transparente.
Permanece no ruído, com ele e depois dele e o ruído não é mais ruído, apenas
pano de palco, objeto de cena.
Inexplicável na ternura de um grito de criança, muito antes do olhar da mãe, do embalo de um choro.
Característica humana, transforma-se na
mais desumana de todas elas, basta uma inflexão cruel, uma intensidade que
esmaga, uma articulação de ódio. Disfonia das disfonias, arrepiamo-nos com a
sua imensidão de trevas, pode ser o carrasco o seu portador, o assassino, o
terror dos terrores.
Quando é tomada pela fúria, varre-nos a face como o frio
agreste, seca-nos o peito e as entranhas, expulsa-nos de qualquer paraíso
terreal.
Cansada, cansa-nos, desfaz-nos a esperança, desiste de
nós. Triste, é como a neve sobre um pássaro morto. Cava, desce à profundidade
da terra. Bem colocada, sobe-nos à cabeça como o mais encorpado dos vinhos.
Quando a invadem ondas de alegria estonteamo-nos com ela,
sentimos o coração quente e os olhos brilhantes e que serena e suave também
pode ser mal tocando os lábios e a língua.
Eufonia será, se possuir em si todos os tons, a altura das estrelas, a ressonância dos rios subterrâneos, a elegância das papoilas, a doçura do mel. E o cheiro a maresia.
Eufonia será, se possuir em si todos os tons, a altura das estrelas, a ressonância dos rios subterrâneos, a elegância das papoilas, a doçura do mel. E o cheiro a maresia.
a árvore é antiga e a voz humana
A árvore refunda o Tempo