Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Escrevo-te duas linhas apenas, entre um livro e o feijão
de debulhar. Sentávamo-nos no chão sobre uma manta às riscas e jogávamos à
bisca e ao loto. As apostas eram feitas a feijão manteiga, catarino e
encarnado, porque é feio apostar. Aposto que chego primeiro, aposto que te dou
uma amona, aposto que amanhã faz sol, aposto que vamos ganhar. Inocente e
amistoso esse tempo de agosto. O gelo a derreter nos copos de limonada, os
quadrados de melancia na taça de barro e os dedos a escorrer o vermelho vivo do
sumo. O mundo parava e nem os pés cresciam nas sandálias. Basta uma linha, duas
são demais.