domingo, 19 de maio de 2013

slow loris

Do cimo da árvore, sentiu-se pasmado por não conseguir ver as formigas cá em baixo.
Veio um peixe-voador, levou-o. Loris deixou-se ir e apenas disse, vai devagar. Não foi.
O peixe mergulhou três vezes, tocou as cordilheiras oceânicas, volteou sobre as ondas, ziguezagueou por ente os mastros dos veleiros, abandonou-se na ausência dos faróis. No índico as ilhas eram pontos de interrogação e não pararam para descansar porque o peixe voava.
Por fim devolveu-o à árvore, aos ramos e à seiva. Loris, deslumbrado, achou-se mais alto e a árvore mais baixa.
 
 

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