Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Ouve meu anjo
o navio tinha
partido
e o
vento
nesse dia era
forte
muito forte
a
saudade
de ter o
pajem
de volta para
o leito
a praia dos
tesouros.
Era
uma ínsua a secar.
Ouve meu
querido
menino; foi
um tiro na
noite
no peito de
todas
as noites
até o dia te
trazer
e a noite
vingar.
sem título, poema de
Jorge Aguiar Oliveira
Há poemas que podiam (deviam) ser cantados
entre grasnares de gaivotas e imagens de barcos
Mas também podia ser
simplesmente com o sol a nascer
O poema encaixa demasiado bem nas circunstâncias. É uma grande perda, embora eu nem consiga ainda perceber a extensão das coisas. Por vezes, só me ocorre o Fantasma da Ópera, onde eu fui a voz oculta, por detrás das paredes, a orientar alguém que estava sempre a fugir contra o Tempo.
Isto é muito pessoal, mas creio que a corrida terminou.
Julgo que agora mais ninguém voltará a perturbar o Raul, que era mais mais criança do que todos os seus predadores alguma vez poderiam pensar.
Pela minha parte, acho que nunca mais me habituarei a não ter a mais atenta das atenções do outro lado das paredes da minha parede das vozes.
Se alguma vez alguém pudesse chegar a saber um décimo de tudo isto...