domingo, 26 de maio de 2019

Europa


Aos domingos não vamos à praia.

One Response so far.

  1. A Europa foi a única oportunidade que tivemos, no séc. XX, de sair do longo mofo nacional, as sacristias, as vizinhas espias atrás das cortinas, o bufo das conversas de café, o analfabeto que sabia e mandava mais do que os doutores. Para quem não gostava nada disso, passou a haver uma alternativa, que era virar as costas ao panorama e olhar para o continente. Em termos civilizacionais, penso que uma das melhores prendas que alguma vez me deram foi um passaporte europeu. Afora isso, os problemas da Europa resolvem-se dentro da Europa, e não fora, ou contra a Europa. Aos meus inimigos de ontem, o longo mofo nacional, as sacristias, as vizinhas espias atrás das cortinas, o bufo das conversas de café, o analfabeto que sabia e mandava mais do que os doutores, Fátima, Futebol e Cavaco Silva, juntaram-se outros, o Boris, o Bolsonaro, o Farage e o fundamentalismo das três religiões do Livro. Sendo que tudo isso não deverá ser mais do que uma das estações do nosso longo fado, vou hoje votar, como cidadão europeu, a favor, e não contra a Europa, à espera de que a Europa nos melhore Portugal, e de que Portugal só desperte na Europa e nos restantes vizinhos da Aldeia Global, bons sorrisos simpáticos. No fundo, sou um oportunista: estou sempre à espera de que o meu cartão de cidadão e o meu passaporte europeu me dêem cada vez mais direitos, longe das margens do Tejo, e me abram cada vez mais destinos livres de viagem. :-)

 
 

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