Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Querida Lola:
Hoje estive agarradinha, a tarde toda, a ver a manifestação dos polícias, em Lisboa, mas fiquei muito assustada, quando eles começaram a subir as escadas do Parlamento, sabe, eu sou muito admiradora da Sr.ª Assunção Esteves, acho que ela se veste muito bem, e tenho muito medo de que lhe façam mal, sabe que os homens às vezes são, tão, tão brutos...
Maria do Tojal, Ramada
Querida Maria do Tojal:
Compreendo perfeitamente a sua adrenalina, ao ver tantas fardas, por Lisboa fora, a provar que só Lisboa existe, e tudo o resto é paisagem, e mais lhe digo, com uma paisagem daquelas, fiquei toda úmida, passei a tarde, como a minha querida, agarrada ao iPad, e só lamentei não ter trazido um cartaz de casa, com "Assembleia da República" escrito, em letras bem gordas, para me pôr de gatas, a ver se eles me subiam a escadaria das traseiras, que há anos que não dou uma geral aos nossos garbosos machos fardados, que tão bem nos defendem dos malfeitores!... Infelizmente, como sabe, as únicas insurreições, aqui, no Conde Redondo, são de maridos mal casados, ou de admiradores do Cristiano Ronaldo, que gostariam de ter sido a barriga de aluguer das crias que ele foi comprar às mexicanas. A desgraça que vai ser aquela criança, quando perceber que, em vez de ter mãe, é filha da vaidade do pai, e de uma punheta mal batida para dentro de um frasco... Mais um caso psicanalítico, para aumentar a dívida do Serviço Nacional de Saúde... Quanto a eles, vá lá a gente explicar-lhes que enquanto não tiverem ovários não podem engravidar do madeirense, embora eles bem tentem, e acho que já conhece a conversa, porque o meu discurso é sempre igual: eu, a pensar que finalmente vou ser comida, e eles, desvairados, a ajoelharem-se à minha frente, todos babados, à procura da "surpresa" que eu tenho debaixo das saias... Homens brutos?... Brutas temos de ser nós, todas as noites, para evitar que eles se nos agarrem imediatamente ao caralho, mal os metemos no vão de escada!.. Farta ando eu, de não conseguir ser passiva!... Entretanto, também gosto de saber que é admiradora da Assunção Esteves, um espantalho, sério, limpo e honrado, cuja reforma, aos 44 anos, está a ser paga pelos cortes nos salários dos polícias do turno da noite, que se arriscam a levar um tiro na testa, enquanto ela está toda espojada na sua chaise-longue, com um crucifixo todo enterrado entre as coxas, a pensar numas canzanadas com o Papa Francisquinho, e a Aura Miguel a ver. O problema, querida, é que finalmente as pessoas começaram a acordar, para uma monstruosidade política e oligárquica, com origens num saloio do Norte, chamado Ramalho Eanes, que depois passou a tocha a um saloio do Sul, o Sr. Aníbal, e nestas passagens de tocha em tocha, por Sócrates, primos, tios, meios-irmãos, rangéis, machetes, fernandos searas, bavas, balsemões, carrapatosos, cardosos e cunhas, belezas, megas, mexias, catrogas, barrosos, drogados -- apreciadores de conas de pretas, em períodos de pós desintoxição de droga madrilena --, paes do amaral, belmiros, pintos da costa, isaltinos, "majores", pintos correias, duartes limas, patrícias, perpétuas, montezes, portas, relvas, ulrichs, júdices, proenças, galambas, constâncios, ferreiras alves, gaspares, albuquerques, ferreiras do amaral, moedas, borges, dias loureiros, bpn, bpp, sln, swaps, ppp, enfim, tantos dos nomes e coisas que arruinaram, estão a arruinar, e se preparam para arruinar ainda mais Portugal, o problema, querida, é que as pessoas estão a acordar e a perceber que é preciso limpá-los todos e cortar, ai, eles aguentam, ai, aguentam, aguentam, não nas gorduras do Estado, mas no próprio Sarro do Estado, no Fedor da República, no Chulé da Nação, no cagalhão monumental em que isto se tornou, com o alzheimerizado, à frente, e a sua suricata, Assunção, atrás, e mais uns quantos, dos que faziam favores a Angola, à Colômbia, à Venezuela, ao "Mensalão", à China, à Rússia, enfim, a tudo o que viesse à mão, e vão agora... cortar nas pensões das velhinhas. Olhe, acho muito bem, não tivessem dado pensões às velhinhas e elas não estariam agora vivas, para votar no seu rico Cavaquinho, como as mães delas já votaram no Sr. Salazar, e por aí fora, até aos tempos da Santa Inquisição. Aquilo a que hoje assistimos é o dobre de finados do fim do Sistema, o dia em que o Saloio de Boliqueime vai ser defenestrado, a "Maria Adelaide" Poiares Maduro, uma "mulher" como eles gostam, com a pintelheira espalhada pelo queixo, em redor de onde a Natureza lhe pôs o sexo -- a cara-- e uma voz fininha, daquelas que eles adoram, quando elas guincham, como sirenes, a simular orgasmos, enquanto vai fazendo "posts" governamentais. Se o Solnado fosse vivo, era vê-lo telefonar, "olha, boa tarde, fala da Troika?...", e respondia do lado de lá a Maria Cavaca, "não, é da Presidência da República, mas o meu marido disse para dizer que não estava...", e não está, e, brevemente, vai mesmo deixar de estar. Sabe, disse-me um passarinho, e tenho muita pena, porque era um homem muito jeitoso, hirte e firme, que, tirando as ações do BPN, nunca roubou, mas só deixou roubar. Que pena temos que vá ter de sair à força, e ela, coitada, o que fará aquela mulher, quando lhe tirarem o Presépio de Natal?... Kisses na sua xoxa, que tenho ali umas botas de Polícia Marítima para lamber, enquanto eles não são atirados todos borda fora, como se fazia aos traidores da Pátria, no tempo em que a Pátria ainda se negociava em quinas e escudos, e não em angolares.
Infelizmente, o espaço para o humor estreitou bruscamente, porque esta escumalha não vai lá com sorrisos