domingo, 24 de setembro de 2017

retrato de raposa no outono

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

Chegou ontem, com o outono. Vestida das cores da terra e do branco das nuvens. Saltou o muro, bateu à porta e perguntou, tens um quadradinho de chocolate? Não tinha, não tenho, respondi-lhe. Apenas cacau amargo, três castanhas, uma beterraba. Ela torceu o focinho afilado e espetou um pouco mais as orelhas. Aceito um ovo cru, condescendeu. E bebeu-o.
Não estás muito longe de casa? perguntei. Depende, respondeu a raposa. De quê? Insisti eu. Ah, isso não te conto. E regougou um riso descarado. 
Como não parecia ter pressa de partir, fui buscar um bloco e os lápis e para não me esquecer dela, fiz-lhe o retrato. Mostrei-lhe. E as patas e a cauda? disse a raposa. Ah, isso não te faço, respondi. Está bem, então volto pelo Natal
 
 

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