quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Raquitismos da Hanaé dos Ossos - "Querida Hanaé, por onde anda agora o "Tempo Novo"?...."





Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas



Querida Hanaé:

A televisão está-me a pôr bué doido, fui daqueles que acreditou no Tempo Novo, no Governo de "Esquerda", na baixa da idade de reforma, no aumento dos subsídios, nos cegos que iam ver, nos paralíticos que começavam a andar, nos maratonistas da artrose, nos mortos que iam ressuscitar... e... agora..., de repente..., de repente..., as coisas começam a parar, a paralisar, que vai ser de nós, minha querida Hanaé?...

Duarte Parente, Baías de Prata do Paraty


Querido Duarte Parente:

Antes de morrer conceda-me as coordenadas dos ossos, para eu dar Paz às mães!!!...  Já não peço meu Amor... Eu imploro!... Antes de morrer... me conceda... por favor!!! Por Favor Duarte Parente! Jamais o seu nome será um nome ignóbil, jamais... Prometo! Sabe que sou digna, e o Duarte Parente, sabe!!!...  Hoje até poderia estar na prisão... E o "Meu" Miguel??? Como seria do "meu" Miguel???... Por Amor de Deus... Conceda os ossos à mãe!!!... Eu imploro Duarte Parente, não lhe peço, imploro-lhe... E sabe como eu sou tão Boa Pessoa, que só teve a Infelicidade de um dia se cruzar consigo para um café sem açúcar... Conceda-me as coordenadas dos ossos, na serra... Jamais lhe farei mal... Jamais.... Apenas darei Paz a uma Mãe!!!... Por favor meu Amor... Por Favor... Pela Vida dos seus Filhos que Jurou e me Prometeu... Conceda-me as coordenadas e para Sempre me vou render aos seus pés... Ajoelho-me... em Humildade e Gratidão... Tão Grata ficarei.... Por favor meu Amor... Por Favor... Conceda-me os ossos!... E quando é que me envia uma travessa de ossos?... Quando é que o Duarte me avia uma cesta de omoplatas?... Quando é que o Duarte Parente me desenha um cesto de tíbias?... Duarte, eu peço-lhe para me pintar a manta, e peço-lhe que avie um caixote de bacias, por que eu quero ser a dançarina, a louca, a desvairada, a Hanaé das Omoplatas todas, e quero descer nua e despida, e pelada, et à poil & stark naked, o Chiado todo, a bater castanholas com as minhas tíbias, por entre as passivas decadentes, de barba e brinco, por que eu quero ser a Salomé das Sinóvias, a Mata Hari dos Fémures, e passar depois pela carrinha da Amália, aquela que tanto canta, e mais canta, e canta, a cantadeira dos fados, a voz depois de morta, e eu quero dar-lhe as coordenadas dos meus perónios, e eu quero ser a costela menina que canta ali sem microfone, a cantadeira das vértebras desconjuntadas, a enjeitadinha do truz, truz que truz, a do ai, este batuque que me embala as ancas, por que nós precisamos de tão pouco para ser só ossos, Duarte Parente, nós ocupamos tão pouco espaço no Metro, mesmo quando nos empurram e nos espalhamos como um dominó pelas escadinhas todas do El Corte Ingles, Duarte Parente, oiça-me espirrar com a Zika e cair desfeita no chão, diga-lhe que vai buscar a vacina, que vem aqui uma desvairada, uma louca, uma microcéfala, a Tíbia de todas as Tíbias, por que eu quero ser hoje a Ode Triunfal da Coluna Vertebral, e o tique tique apaixonado deste cóccix, ser um cimbalinho do cimbalão, toda eu a assobiar-me pelas minhas vértebras em mim!... Fale-lhe dos ossos, Duarte Parente, peça-lhes para me pintarem toda, que eu não sou mais hoje do que um teto arruinado, um teto para me caíram em cima as ogivas curvas do Convento do Carmo, tivesse eu gengivas e não só salivas, dê-me aqui as coordenadas do hospício, Duarte Parente!... Dê-me as coordenadas e o porta chaves, para me arranjarem por lá um quartinho low cost, por favor, Duarte, lembre-se agora deste sentido poema de osso e cálcio... 


2 Responses so far.

  1. A Hanaé dos Ossos nasceu, já adulta e perfeita, da coxa de Júpiter, onde se prova que mais vale cair em graça do que tentar ser engraçado :-))))

  2. esta é a autêntica, colunável Hanaé!

    :))

 
 

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