domingo, 15 de julho de 2018

peixe assustado num domingo de manhã

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Um dia guardei uma história antiga na barriga de um peixe. Primeiro abri-o com uma faca afiada, aquietei-o com uma litania de estrelas, ouriços, búzios do mar. Acomodei as palavras, urdi a trama nas frágeis cartilagens, disse-lhe, não tenhas medo.
Depois cosi-lhe as entranhas com uma linha de seda, bem fechado o peixe, avaro o que protege. Amarou então. E eu marquei na memória a sua forma, a sua cor, o jeito acrobático das mudanças de corrente, o rodopiar excêntrico. Não sei para quê. Os peixes multiplicam-se, assemelham-se, confundem os humanos. Este é especial pelo que esconde, não pelo que demonstra.
Reconhecimento. Será ele a reconhecer-me e eu não. Outro dia.  
 
 

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