domingo, 23 de setembro de 2012

Correio da Lola - "Ai, Lola, tenho tanto medo de que o Poder caia na rua!..."

Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas

Querida Lola:

Tenho tanto medo, sou vizinha, na Rua da Junqueira, daquele ministro que toda a gente quer matar, porque está a vender Portugal aos angolanos, com a senhora dele, quer dizer... uma delas, pelo menos, que eu conheço, é só "bom dia, boa tarde", mas sempre a olhar por cima do ombro, para trás, não vá alguém dar-me um tiro, e depois, na sexta, tive um medo horrível, porque o Sr. Presidente da República e as mais altas individualidades do Estado foram tratados como cães rafeiros, só se ouvia "filho... deus me perdoe... da puta, filho da... puta, ladrão, criminoso, deviam estar todos presos!...", cruzes, canhoto, um povo não devia tratar assim as pessoas que tanto bem lhes têm feito, e o meu maior medo é de que o Poder caia na rua, que prendam a Dona Maria Cavaco Silva, que se veste tão bem, e me cortem na reforma. Acha que devo fazer o quê?...

Telma de Mattos Magalhães, Rua da Junqueira, 422, 1300-341 Lisboa

Querida Telma:

Está cheia de sorte, porque eu também estive na vigília do Palácio de Belém, para receber com vaias, apupos e insultos, umas aves raras, que ninguém elegeu, e que se acham no direito de decidir sobre o destino de 10 000 000 de Portugueses. Por acaso, também passei à porta do Miguel Relvas, o seu vizinho, e deixe-me que lhe diga que acho de muito mau gosto que você, ou o velho que a sustenta, tenha investido tanto dinheiro num pequeno canil arquitetónico, que parece enteado daquelas casas de banho viradas para fora, que o arquiteto do Regime, Siza Vieira, "Bonjour, Tristesse", faz há décadas, sem que ninguém lhe ponha um travão e lhe diga que está no mesmo estado de senilidade e anacronismo estético do Manoel de Oliveira. Olhe, aproveitei para insultar a sua vizinha, que estava de telemóvel, no terraço, a contar ao criminoso do marido o número de indignados que se estava a juntar defronte do Palácio que o Saloio de Boliqueime e a sua boca da servidão estão a manchar. Disse-lhe, com o polícia, bom com'à puta que o pariu, a ouvir, que adorávamos o Relvas, e ele que descesse, porque tínhamos um tratamento de choque para lhe dar -- até o comíamos vivo, filha!.. --, mas ele não estava, devia estar a discutir com a mulata que nova fatia de Portugal lhe ia agora vender. Acho estranho é que ele trafique no Mussulo, mas compre a casinha na freguesia de Santa Maria de Belém. No fundo, até faz bem, porque quem tem cu tem medo, e no dia em que o regime de criminosos angolano cair, vai ser muito pior do que os dias negros da "Descolonização", enfim, adiante, olhe, só lhe digo que um dia destes vai aparecer escrito nos azulejos "O Relvas mora aqui!...", e vão gastar fortunas, a tentar limpar isso, mas isso é a vida, e não se preocupe com o Poder cair na rua, porque o Poder, agora, está é de pé, e é na rua, e o que pode vir a cair são os criminosos, que se serviram do Poder, durante décadas, para arruinar a Nação Portuguesa. A sua reforma, querida?... Mas foi por causa de lhe estarem a tirar a reforma que nós viémos para a praça, meu amor, e haveremos de vir cada vez mais, todos os dias, até isto se esfarelar. Já viu que angustiante é terem acabado, de vez, as cerimónias públicas dos fantoches do Estado?... Imagina o que vai ser o 5 de outubro, por exemplo?... De cada vez que a bimba da Suricata da "Assembleia Nacional" vier chilrear asneiras, apanha logo com um ovo nas descolorações; quando o Gaspar vier embalar trissomias-21, leva com um empadão nas trombas; a Cristas já nem sai da sua Gruta Flintstone, de Neanderthal, a não ser que queira ficar com o focinho ainda mais espalmado, e, de cada vez que o Chefe do Gang do BPN vier dizer que "não se pronuncia", imediatamente vem, lá do fundo, uma dúzia de pastéis de Belém, nas fauces, para mostrar que o Povo está a assegurar a "estabilidade governativa". Só ficámos sem saber o que pensa a Leonor Beleza, a assassina dos hemofílicos, sobre a lapidação dos Portugueses, mas ela não deve pensar nada, porque, se pensasse, não dormia nunca mais, e nunca mais é... muito tempo. Quanto à manifestação, acho que fez mal em não vir, porque estava cheia de polícias à paisana, daqueles, bons, mesmo apetecíveis, mesmo treinados no CNO, ou na Lusófona, do seu vizinho, só com corpo e bolbo raquidiano, como a gente gosta, com panfletos na mão e uns óculos escuros, muito excitantes. Há muto tempo que eu não via homens, e fui muito descarada, sabe, cheguei ao pé deles, e perguntei: "o sr. é polícia, não é?... E está à paisana, não é?... Pois, olhe, eu sou aquela tarada da Adriana, do Algarve, que queria "fazer" o seu colega do Corpo de Intervenção -- que teve de afastá-la, enojado, coitado... -- pois, sou, só que não pareço, porque também estou à paisana, de maneira que já temos uma coisa em comum, e vamos passar a ter duas, porque eu vou mamá-lo, mesmo aqui!..." Olhe, meu amor, foi um delírio, fartei-me de aviar machos, que estavam aflitinhos, com a adrenalina daquela multidão, e o último que chupei, foi com uma velhinha, dos Inválidos do Comércio, a ver. Só me lembro de me virar para ela, com "aquilo" tudo ainda enfiado na boca, e lhe dizer, "minha senhora, está aqui a lutar pelo futuro dos seus netos, não está?... Pois eu vim aqui lutar pelo futuro da minha liberdade de poder continuar a fazer broches!... Mais vale uma vida, sempre ajoelhada, do que obrigada a ter um instante, que seja, a estar de pé!... Bem haja. Que a Senhora de Fátima a proteja!"
 
 

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