Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Querida Lola:
Estou tão cheia de medo, o meu Tomé, que andou a contrabandear batatas, para o Valentim Loureiro, na Guiné, diz que aquela coisa de pendurarem a bandeira de pernas para o ar, e depois irem à vidinha deles, já muito despachadinhos, é um sinal combinado pelo Miguel Relvas para os cafres de Luanda virem ocupar Portugal. Eu não queria ser a criada branca da senhora preta, amiga, que acha que faça?...
Celeste Pavio, Andares do Vouga
Querida Celeste:
Antes de mais, uma correção, para evitar que seja racista: hoje em dia, não se pode usar as palavras "branca", nem "preta". Diga antes, que não quer ser uma assalariada a termo certo de uma senhora Palop, com as mãos cheias de sangue. Isso é bom para a Shakira, a quem tantos foram ao buraco que agora emprenhou de um. A fortuna que isso vai ser em testes de paternidade, com a agravante de poder ter engravidado de um minete feito por um que tinha acabado de estar a mamar no outro... Mas, passada a correção, querida, e, aqui, que ninguém nos lê, nem ouve, por que é que tem medo de ser a criada branca da senhora preta, quando já é a criada branca da porteira branca, de Leste, a chalada da Merkel?... E já viu que, sempre que acende um candeeiro ligado à EDP, está a ser a criada branca da senhora amarela?... Que quando faz uma chamada, que não seja para Tóquio, no tarifário livre, da PT, está a ser a criada branca do monhé Bava?... Valha-me deus, querida, isso é o multiculturalismo e o mercado global. Em breve, a importarmos tudo, sempre que vá à geladeira e saque de lá uns cubos, para refrescar o Ice Tea, cubos importados de Yellowknife, será a escrava branca da senhora esquimó, ou a sopeira da madame inouite. Antes, era apenas a boca da servidão do seu Tomé, no caso de ele gostar de fêmea, coisa que se vai rarefazendo, em Portugal, agora, caminha para ser a boca da servidão do mundo inteiro. A crise irá alastrar, e vai ver que haverá um dia em que sonhará com ter sido a escrava negra da senhora mulata, Isabel dos Santos, a ter a honra de lhe destruir, por meio kwanza, os talhares, depois do jantar, no Império onde os talheres nunca se arrumam. Tem de se deixar dessas taxinomias ultrapassadas, e passar a usar a grelha da servidão do séc. XXI: um escravo, uma refeição, um par de sapatos, uma ignorância, um miguel relvas. Se não quer ser escrava, ingresse na Economia Paralela, o mundo daqueles que nem sabem que há impostos. Nós, por exemplo, não passamos fatura, de cada vez que encavamos um pai de três filhos, desesperado, que nos visita, nestas noites quentes de outubro, aliás, devemos ser a única classe profissional que teve de tomar hormonas, para ingressar na economia paralela, já que os outros ingressam nela por processos, ou causas, naturais... E não é só a bandeira que está ao contrário, querida, Celeste: não ouviu a Luísa Trindade, aos gritos, a dizer que não tinha dinheiro para viver?... Viu como a Anomalia de Boliqueime nem parou de soltar perdigotos?... Eu acho que ele nem percebeu que aquilo era com ele, porque, enquanto a Luísa Trindade berrava por 10 000 000 de Portugueses, o Sr. Aníbal estava a perguntar à Suricata da Assembleia "Nacional" quantos dias, horas, minutos e segundos é que lhe faltavam, para terminar, "com" dignidade, o mandato... Mal ele sabe que faltam poucos... Hoje em dia, cada pessoa vive isolada no seu pequeno mundo, até que venha a "Rèssurreição", ou seja, que se levantem da tumba todos os Ministros de Cavaco foram, para assegurarem a "remodelação", que é uma jogada muito bem orquestrada, desde 2005, para fazer voltar Cavaco Silva, o segundo Salazar, e o seu sarro, à sua cadeirinha do Poder. Durante 10 anos, atirou-nos para a Cauda da Europa. Desta vez, com os Chineses aí, deve ser para nos atirar para a Cauda da Ásia, ou para a Cauda de África... dos Santos. Mas, olhe, dê-se por feliz por poder ainda ser escrava de alguém: a austeridade está a tornar a vida num inferno de muita gente, como as bichas algarvias, que, com as scut portajadas, já não podem fazer aquele jogo de andar a saltar de sanitários de estação de serviço em sanitário de estação de serviço, muitas vezes, com o pé no acelerador, para passarem de um sentido para o outro, antes de que o camionista vá vazar os colhões na boca da concorrência. Já há relatos aflitivos, na AMI, de bichas que têm de rastejar, por dentro das manilhas pluviais, que passam por debaixo da autoestrada, para irem mamando de um lado e do outro. Muitas já trazem fardamento especial, mas já imaginou os efeitos disso, a longo prazo, as sinóvias desgastadas, e tudo a ser substituído por próteses, pagas pelo Estado, como as lipoaspirações aos calcanhares da Sofia Aparício, pagas pela A.D.S.E., no Hospital da Força Aérea?... E o desgaste das manilhas, com aqueles joelhos, dias atrás de dias, a rastejarem, de um lado para o outro, e a deixarem sulcos no material preparado?... Sabe quando custa uma manilha pluvial?... Tudo isso, brevemente, nos vai sair do bolsos, e, mal chegue a estação das chuvas, pode ser que "eles", que nem ratas, sejam arrastadas pela enxurrada, connosco a pagar mais uma matilha de urgências das afogadas... A única coisa boa nisto é o lado cultural, querida, já que, naquelas maravilhosas seleções de cobrição da fenda da Teresa Guilherme, ainda virá a ser selecionada "uma", para se pôr ao lado do "escort rosso", Cláudio Fernandes, o novo vencedor da "Casa dos Segredos 3", cujo segredo será, "sou uma paneleira que sobreviveu a uma enxurrada, quando estava a atravessar uma conduta pluvial, para ir fazer um broche, em sentido inverso, em plena Via do Infante". Kisses nessa sua xoxa menopausada.