E a minha mãe deixava.
Um misto de pó de arroz e doce de morango, abraços apertados
a sufocar saudades e alfazema. Galgávamos as escadas como potros por ferrar, a
cera de abelha nos soalhos de tábuas compridas, não mal faz são crianças e nós
temos ainda tanto tempo aos domingos de manhã ou outros dias.
O sol desenha linhas de pó entre as janelas e o tapete, o
relógio de pêndulo, a arca, o pátio da amendoeira.
Não se guardam segredos nas casas antigas, fingimos que
não ouvimos apenas. O menino Joãozinho homem feito apareceu enforcado nas
traves do celeiro, a Teresa enlouquece quem sabe, todos sabem até nós.
Estes eram dias tão longos que eu nem sei porque razão as
minhas avós não governaram a europa como se fora a sua casa, melhor seria.
À tardinha as árvores enchiam-se de aves a copa a crescer
em flores e bicos e patas.
Deixa-os ficar, aos pássaros, mais um dia.
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. :))) .
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. E no Heart of Wax? .
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Poesia :-)