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CD 23 – minuto 4, segundo 52 (Da série mandada queimar pelo Orelhas de Bode, do Supremo Tribunal de Justiça)
Mano - … portanto, eu acho que tu devias ser mais discreto, essa merda ainda vai dar barraca. Estive no outro dia a falar com um Irmão…
Zé - … o XXXX?
Mano – Não, caraças, esse não pesca boi de História, só de desvios de capitais, mas este sabia que isso do “Magalhães”… pá, pronto o Zé tem sido porreiro em montar esta merda toda das escutas de Net e telefones, mas não era preciso dar o nome dele aquela choldra dos computadores para os putos verem gajas e caralhos???… Meteres isso nas mãos do Sá Couto, ali, na Defensores de Chaves, ganda rua, essa, cheia de casas de putas e travestis, ah, geraldinas da minha vida… mesmo, mesmo, mesmo nas barbas da Auditoria das Obras Públicas!?... O gajo da Loja, ainda por cima, diz que o Magalhães, não o nosso, era um gajo da História que trabalhava para os Espanhóis…
Zé - … e tens algum problema em trabalhar para os Espanhóis?...
Mano – Se pagarem… (risos) népia. Sabes que eu trabalho sempre bem, mas… (risos) Mas podias ser mais discreto. Já quando foi com aquela merda da “Independente”, deixaste a cena rolar mais do que devias…
Mano – Na boa, Zé, mas há uma diferença entre dar cursos a nós e agora andar a vender aquilo aos pretos à descarada, e tu ias para as aulas de motorista e tudo. Imagina se os gajos dos jornais um dia vão procurar o motorista que ficava à tua espera, à porta, enquanto tu estavas lá muito quietinho, a fingir aquelas merdas todas das Estruturas, e o entrevistam…
Zé- E tu não tinhas gajos a porem-te… robalos (risos) em cima da tua secretária da Administração do BCP (risos)
Mano - (risos) Ganda nóia. Havias de ver a cara da gaja que os mandava entrar... A gaja é bués boa, e não tinha quem a comesse lá dentro, com aquelas merdas dos cilícios da Opus Dei, agora, os Manos até fazem (risos) horas extrordinárias... Agora, volto a dizer, devias ter mais cuidado, a “Independente” deu a merda que deu…
Zé- Isso já acabou. O Mariano foi um gajo muito vertical: quando viu que aquilo podia entornar contra nós, fechou a casa. Eu sei que tu foste mais discreto…
Mano – Claro. Eu metia os seguranças na sala de aula. Ainda houve lá dois ou três badochas que me queriam fazer perguntas na sala. Estes gajos não se enxergam… Eu olhava para eles e era logo, “desculpe lá, julga que está a falar com quem?...”, e o Inácio, lembras-te do Inácio, aquele, louro, que já tinha sido da coca, com o Santana, e que depois trabalhou para o Júdice?...
Zé – (silêncio) Um gajo muita bom?...
Mano – Pá, isso não sei, que eu frequento outros colos… esse gajo, quando o professor olhava para mim, mais lá para o fim, já nem era preciso responder, porque ele começava a mexer na calibre 35 no bolso, e os gajos acagaçavam-se todos. Parecia Bolonha (risos). No final, montou uma festa de fim de curso, com os gajos lá da Mafia Russa, era só moldavas de perna aberta. Arrombámos uma igreja, ao pé de Loures, estivémos a foder a noite inteira, foda-se, tanto champanhe, o pessoal teve uma ressaca da branca de sete dias... Ganda curso, que saudades... Agora a verdade é... saí, ou não, de lá, com o canudo, e sem merdas, como aconteceu contigo?...
Zé – Mano, tiveste sorte, eu tive azar. Mas eu ainda me hei de vingar desses cabrões…
Mano – Há des (sic.)… Há des (sic)… quantas vezes é que eu já te ouvi dizer há des sempre que rebenta um escândalo que mete a malta?... Ouve, que eu não duro sempre, enquanto não foderes um ou dois, como faz o Pinto da Costa, vais ter sempre esses cabrões à perna…
(Une valse à deux temps, no "Arrebenta-SOL" e em "The Braganza Mothers")