Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Era uma vez um plátano antigo e chegado a dezembro despiu-se de folhas. A mais pequena delas, da cor do fogo quando crepita, foi levada pelo vento norte e viajou dez dias e nove noites para um outro país. A segunda em tamanho e em beleza acobreou-se, veio uma rapariga e disse, dava uma jóia de encastrar e cativou-a para si. A terceira e última folha quebrou-se, perdeu o pé nas pedras da calçada, andou por ali, aos pedaços.
Era uma vez um plátano antigo e chegado a dezembro despiu-se de folhas. A mais pequena delas, da cor do fogo quando crepita, foi levada pelo vento norte e viajou dez dias e nove noites para um outro país. A segunda em tamanho e em beleza acobreou-se, veio uma rapariga e disse, dava uma jóia de encastrar e cativou-a para si. A terceira e última folha quebrou-se, perdeu o pé nas pedras da calçada, andou por ali, aos pedaços.
Todos os dias o plátano sentia saudades das suas folhas e
chamava-as com voz de árvore e guardava-lhes um espaço no lugar do coração, acaso
não fosse árvore mas gente.
Uma noite chegaram dois cisnes negros e um branco e quem
sabe não eram cisnes mas gente e perguntaram, podemos ficar. E ficaram.
Ainda não era natal.
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. a.dezembro.me neste abrigo . de plátanos e de folhas . e de cisnes que poderiam ser gente . assim como a árvore que no lugar do coração sente .
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Lindo, com o pathos do outono :-)