Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Pacheco Pereira, um dos rastejantes da nossa cena
política, pilar do sistema, e exemplo de como se pode subir rápido (da Gare Maoísta à Gare Neo-Liberal-Conservadora, em bilhete de primeira, se
faz favor), resolveu ganhar dinheiro a publicar os textos do "Abrupto",
uma espécie de sótão
poeirento e desactualizado do imaginário de uma tia velha desactivada, e com
barbas, ainda por cima.
Esse é o papel da "Mulher-Alibi", figura da
Sociologia, indispensável para o funcionamento do Sistema: ela espumeja, ela
finge que se indigna, ela ataca, ela recua, ela geme e freme, ela varia de
alvos, mas, no fim, alinha sempre pela mão de quem lhe paga, e que realmente
sempre serviu. É no seu discurso e na sua atmosférica variação fisionómica, que
se faz o grosso da catarse do tecido social, "que bem que falou",
"gosto muito de ouvi-lo", "sabe sempre dizer quando as coisas
estão bem, e quando estão mal"...
Uma das características da mulher-alibi é a
ubiquidade: ela tem o dom de estar sempre em todo o lado e em todo o instante
em que se possa levantar alguma fervura.
Obviamente, Pacheco Perereira não é a Marcela-quer-morcela, a Mãe das
Mães-Alibi, ou a "Desesperada", por antonomásia, com dons de mentira
e retórica maquiavelicamente sofisticados. Berços diferentes: uma, filha do
Ministro da Propaganda do Antigo Regime, a outra... não. Mas, no fim, o teclado
termina sempre na mesma cadência, embora, pelos entremeios, se tenham esvaziado
todas as tensões do público, que, realmente, poderiam conduzir a qualquer
mudança.
Elas são as gestoras do Pântano, e o Pântano continua a pagar-lhes regiamente
pelo seu papel.