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Há muito tempo que é claro, para toda a gente, que o ministro Miguel Relvas já devia estar preso, aliás, eu até vou recuar um pouco, e refazer a frase: é claro, para toda a gente, que Miguel Relvas, antes de ter tomado posse como ministro, já deveria estar, há muito, preso. A segunda evidência é menos evidente, porque deriva diretamente da pergunta, "então se deviam estar há muito presos, por que vão para ministros?...", e aqui entramos num nível pré tautológico, que se resume na seguinte frase: como ninguém, no seu estado mínimo de decência, ingressa, hoje em dia, naquela plataforma de desclassificação a que se chama "Política", todos para lá vão, atrás de uma compreensível avidez, que é a da imunidade, que o estatuto lhes garante, e é, em política, o equivalente àqueles padres nossos e avés marias que se têm de rezar, em caso de penitências graves, e os casos sucedem-se: Portas não é ministro, por decência, mas tão só porque sabe que, de um dia ou outro, apesar de não ter sido ele a empochar o dinheiro dos submarinos, mas Durão Barroso, que já devia estar preso há muito tempo, sempre que o queiram encurralar, lhe podem desenterrar o Processo do Parque, para o manter calado, já que ele dirigiu a "troupe", que, nas gloriosas eras do "Independente", fez cair o primeiro Cavaquistão.
Chegados que estamos ao segundo Cavaquistão, cuja cabeça de lista, Cavaco Silva, já devia estar presa há muito tempo, mas não está, para andar num penoso arrastar por Belém, é natural que todos estejam entalados pelo rabo, uns mais literal, outros, mais metaforicamente, do que os primeiros, como "Nosferata" Nobre Guedes, que já devia estar presa há muito tempo, mas não está, porque o seu ex cônjuge integra o atual governo, para não "ir dentro", por causa do Processo dos Submarinos, cujo dinheiro Durão Barroso, que já devia estar preso há muito tempo, empochou, enquanto ele ficava com a fama, como com a do disparate da Catherine Deneuve, que era o Ministro da Saúde de Durão Barroso, que já devia estar preso há muito tempo, mas não está, e é, por essas e por outras, que os cadastrados vão emergindo, em lugares cada vez mais altos, e com um perfil cada vez mais inimputável, como Leonor Beleza, que já devia ter sido presa há muito tempo, ou Lurdes Rodrigues, que só agora se tornou claro que já devia estar presa há muito tempo, ou o exilado de Paris, cujas faces ocultas já o deveriam ter mandado preso há muito tempo, ou o Dias Loureiro, que, apesar de já dever estar preso há muito tempo, ainda conseguiu ir a Conselheiro de Estado, por ordem do Vacão de Boliqueime, que já devia ter nascido duas vezes, ou já estar preso há muito tempo, desde a época em que o Duarte Lima, que já devia estar preso há muito tempo, lhe dirigia as bancadas parlamentares das maiorias absolutas que destruíram Portugal -- e, aqui, faço uma pausa, para respirarem... -- que, finalmente, mas só de fora -- os Brasileiros -- vão conseguir condenar quem já devia estar preso há muito tempo.
Miguel Relvas, um fácies típico dos gangs de Chicago dos anos 20, com um olhar permanentemente alucinado pelo ódio e pela "vendetta", coisa que, como é voz corrente, desde os célebres jantares dos grupos de benemerência que compravam empresas falidas e, depois, as não pagavam, facto que já o deveria ter posto preso, há muito tempo, Miguel Relvas, um rosto de Lombroso, foi encarregado por aquele desgraçado de Massamá, que já devia ter sido avisado, há muito tempo, da escória que o rodeia, foi encarregado, dizia eu, de organizar uma merdunça qualquer, com um daqueles nomes cheios de esperança, tipo, Jornadas para o Enterro da Juventude, com a promessa de que ia solucionar ter a geração mais qualificada, de sempre, desta vergonha de país, estar quase toda desempregada..., a empregada, quando toda a gente sabe que colocar um assunto desses nas mãos de um gajo que já devia estar preso há muito tempo, é idêntico ao Hugo Marçal, que nasceu do chão, quando se tratou de arranjar um "advogado" para defender os acusados do "Casa Pia", coisa escusada, já que, como no caso do Rui Pedro, nunca nada aconteceu, só uns boatos e rumores de adolescentes, com o esfíncter anal todo rebentado, ou de pretinhos, que ainda hoje relembram, com um doce sorriso, as bocas sapudas de Ferro Rodrigues e Paulo Pedroso, que os mamavam, embora fosse tudo mentira, porque Portugal é como Bollywood: para os papéis difíceis, há sempre sósias e duplos, que alombam com as duras tarefas, e, se Carlos Cruz fosse pedófilo, também o Carlos Mota o era, e se Carlos Mota fosse pedófilo, também o Eurico de Melo e o Jaime Gama o seriam, e, como não o podem ser, o Afonso Dias ficou inocente, por mais chiliques que a Dona Filomena tenha, que ainda não percebeu que os advogados, apesar de serem como o dinheiro, e não deverem ter cheiro, por vezes, devido aos pântanos que frequentam, às vezes ganham-lhes o fedor, como esse Ricardo Sá Fernandes, da estirpe dos zés que não faziam falta nenhuma, mas estão sempre na linha da frente do branqueamento, uma espécie de sanitários móveis, que fazem, de vara em vara, o mesmo papel de lixiviamento, desempenhado pelo tristemente célebre Tribunal da Relação.
O assunto, todavia, não é este, já que comecei com o Miguel Relvas, que já devia estar preso há muito tempo, mas não está, e foi encarregado de entreter uma geração à rasca, que precisa de ser entretida, não lhe vá passar um solavanco de antónio arroio pelos cornos, e o arrede do Governo, antes de ele fazer os fretes todos que anda a fazer a Angola, para onde quer que enigrem, e depressa, que a legislatura é curta, as gerações motoras do País.
Acontece que o desemprego jovem é uma ficção, já que não existe enquanto tal, mas apenas como derivado de um status quo bem mais enraízado, que é o do pluriemprego senior.
Acontece que o desemprego jovem é uma ficção, já que não existe enquanto tal, mas apenas como derivado de um status quo bem mais enraízado, que é o do pluriemprego senior.
Eu sei que estão a pensar no desgraçado do Catroga, que tem de andar a viver de pintelhos, e que, de cada vez que se quer reformar, é empurrado para um conselho qualquer, uma comissão, ou coisa afim, onde vai ganhar muitas dezenas de salários de jovens que nada deles verão, e continuará a ocupar, como uma sombra, os espaços que deveriam, há muito, se os tivessem prendido a tempo, estar hoje a ser moldados pelas gerações mais qualificadas.
Também não falo do Sr. Aníbal, porque as suas célebres reformas estão ao nível de miserabilismo mental que sempre incarnou: a pobreza de um gasolineiro, que juntou alguns tostões, e agora é vexado, por um país inteiro que se remorde na inveja e cobiça dos bens alheios. Por acaso, apetece-me falar da situação de um só, um só, sim, mas há muitos mais como ele, gente boa, que acumula por acumular, como um tal de Paulo Teixeira Pinto, de que já devem ter ouvido falar, que arruinou o Millennium-BCP, à sombra da "Obra", um gang de criminosos ajoelhados, que se intitula Opus Dei, e que começou logo bem, como poderão ver na "Wikipédia", porque andou a fazer o mesmo curso, de Direito, em dois lugares, ao mesmo tempo (!) -- chama-se válvula de segurança, sinal de que alguém ficou sem vaga pelo meio... -- para depois ocupar o lugar de dois professores, simultaneamente, nas duas universidade... Já então a "Obra" achava que era pouco, e elevou-o ao lugar de Secretário geral da Universidade Livre de Lisboa, certamente, não por pertencer à Opus Dei, mas por ser o mais habilitado para cavalgar tudo e todos. A partir de aí, nunca mais parou: entre advogado e consultor jurídico, foi acumulando com as maiorias absolutas de Cavaco Silva -- um gajo que arruinou Portugal, e que deveria estar preso, desde que foi primeiro ministro, durante dez anos de política de terra queimada, em que destruiu agricultura, pescas, siderurgia, indústria do têxtil e do vidro, e tornou Portugal num casebre de importações e amigalhaços da função pública, ao som de la ferias e de violinos de chopin -- lugares de secretário e porta voz do crime de um governo gerido, na sombra, pelas vinganças da "Obra". A "Obra", como se sabe, vive de vampirismo bancário, e o Sr. Aníbal, que devia estar preso, libertou então os balcões nacionalizados, para que emergisse essa maravilha peninsular, chamada Banco Comercial Português, um antro do crime organizado, com Jardim Gonçalves, que já devia estar preso há muitos anos, e que ele, no meio de muitas acumulações, frequentou. Como nestes camarotes de filhos da puta há sempre uns que são mais filhos da puta do que outros, e nenhum conseguiu que o outro fosse imediatamente preso, enredaram-se no canibalismo, e o Teixeira Pinto, uma alma boa, cheia de poesia, virou-se para as "literaturas", assestando o extraordinário património, já então extorquido, para acumular a "Ática", a "Guimarães" (que publica os cagalhões da Agustina), desbundar para a "Babel", cavalgando para a Presidência dos Editores e Livreiros, sempre em acumulações, porque a besta é acima de todas as potencialidades de 10 000 000 de ignorantes. O resto, eu vou copiar literalmente da "Wikipédia", para que os desempregados júniores percebam o que pode gerar o eucaliptismo sénior de um gajo que já devia estar preso há muito: "Presidente do Conselho Fiscal do Novafórum e da Sociedade Central de Cervejas e Bebidas, e vice-presidente da Assembleia-Geral do TagusPark, membro do Conselho Geral do Grupo Lena, consultor jurídico na Abreu Advogados, membro do Conselho de Orientação Estratégica da Universidade Católica Portuguesa e dos Conselhos Consultivos da Universidade de Lisboa e do Plano Tecnológico.
Apoiante da Monarquia, integra o Conselho Privado de D. Duarte Pio de Bragança e preside à Causa Real. Anteriormente foi também presidente Assembleia-Geral da Sociedade Histórica da Independência de Portugal.
Publicou livros de âmbito jurídico (Do Direito ao Império em D. Sebastião, em 1985, e Compêndio de Direito Económico e Financeiro, como co-autor, em 1991), de índole política (Um dever chamado futuro, em 2001, e Querer Crer, em 2002), e um livro de poesia (LXXXI - Poema Teorema, em 2008[1]). É comendador da Real Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa e cavaleiro da Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém. É defensor da liberalização das drogas", única coisa que deve ter em comum com a Geração à Rasca, já que, no restante, com um perfil destes, é um dos cabecilhas da acumulação de cargos e empregos, e da destruição do lugar para os outros, e dos mais esperançosos horizontes de fileiras, atrás de fileiras, de gente que quereria ter podido fazer alguma coisa, nesta terra, sem "ter de emigrar", mas não pode, porque o país está cheio de casos como o atrás descrito, e deste até devemos ter pena, porque foi reformado (!) milionariamente, por estar com Parkinson (!)
Não queria acabar este longo texto sem uma nota positiva: nem todos os que vão para ministros deviam estar presos. Há aqueles, como Vítor Gaspar, que, depois de décadas de andarem a ensinar modelos monetaristas falhados, a alunos que se riem de tais disparates, resolvem levar o país inteiro a exame, para chumbar, e ter de repetir 900 anos de curso. Melhor ainda, há aqueles palhaços que precisam de público, que não teriam noutras circunstâncias, como o anormal da "Economia", a quem encarregaram de arranjar trabalho para os "filhos de alguém", já que os "tachos" das crias também estavam a começar a ser afetados pelo endemismo do desemprego dos licenciados, pondo-os a ser "gestores de carreira de desempregados" (!), que é o mesmo que dar lições de natação, no Deserto do Sahara, com a diferença de que o instrutor recebe, para ensinar a nadar, onde não há água, e o instruído fica a olhar para a linha do horizonte, a tentar ver miragens de navios, até morrer, e ser despejado numa viela escura de um parque de Bruxelas.
De facto, e terminando com o humor, esta gente devia estar, há muito, presa, mas o que agora me inquieta é que me dá ideia de que já passámos essa linha da justiça justiçada pelas mãos da Justiça normal, e que entrámos naquele limite da justiça feita pelas próprias mãos.
O leitor, por exemplo, que teve paciência de chegar aqui, não se está a ver a pôr mais 300 000 000 € nas mãos do banco do Dias Loureiro, que já devia estar há muito preso, para ele passar para as mãos do Mira Amaral, que já devia estar, há muito, fuzilado?... Eu, por acaso, já decidi que não vou pôr, nem deixar que isso suceda, nem me apetece ser súbdito da Isabel dos Santos. Por tudo isso, só tenho uma pequena dúvida, de caráter histórico: o Sidónio foi, no seu tempo, resolvido como foi, mas como irá agora alguém tratar, cem anos passados, não do Sidónio, mas do nosso miserável Possidónio?...
(Trio do "aux armes citoyens", no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", e em "The Braganza Mothers")
Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas