terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

História da preta, do marialva que andava a montar a preta, e do Pau de Cabinda

Imagem do Kaos

Não gosto muito de manifestações, porque sou comodista, e as manifestações têm poucos lugares sentados,  mas, quando as manifestações reunem, de pé, 300 000 pessoas, talvez seja a altura de nos levantarmos,  e vencermos o comodismo do estar sentados, ou como o outro queria, passar de "piegas", a gente capaz de impor regras.

Eu, que por razões literárias, sou um apreciador de étimos, e, vício de família, cultor da História, ando empenhadissimamente em perceber como é que as coisas chegaram a este estado, e por acaso, particularmente interessado na história da Linha de Sintra.

A Linha de Sintra, como toda a gente sabe, é uma aberração do nosso continuado Teatro de Revista, de há 500 anos para cá.
Em Inglaterra, e nesses países atrasados, onde as linhas férreas se faziam para ligar as zonas de vigor industrial, com os lugares de exportação e consumo, criando a célebre teia da Revolução Industrial, que levou à primeira leva de escravos, que o Marxismo, que, embora não frequente, tão premonitoriamente tratou, a Linha de Sintra nunca teria lugar, já que foi feita, não para ligar polos de vitalidade comercial, mas sim para que o Rei, quando estava com hemorroidal, mais depressa pudesse chegar ao sopé do Palácio da Pena.
Nessa altura, o comboio só tinha primeira classe, na esperança de que a Família Real comprasse um bilhetinho, de quando em vez, coisa que nunca fez.

Já D. João V, para ridículo de toda a Europa, era assim, e contruía caixões dourados, atrás de caixões dourados, para carregar freiras e bastardos, que ia emprenhando das freiras, tudo isto a custos do ouro do Brasil, enquanto importava tudo, de Inglaterra, França e Holanda, mostrando umas vistas largas, que nunca mais perdemos, nem conseguiremos perder, entre o séc. XVIII e o XXI.

A Linha de Sintra, pois, apesar do seu começo ridículo, acabou por se tornar na espinha dorsal e na metáfora da nossa situação presente: foi criada, como as três autoestradas Lisboa-Porto, para Reis e Princípes, que nunca a usavam, porque andavam de carruagem, e, depois, de automóvel, mas ficou lá, porque era uma espécie de TGV da altura, a ser posta, muito sergianamente, onde podia fazer vista, já que não havia onde fizesse qualquer falta.
Com o tempo, e com a extinção das vacas da Graciosa, dos pastorinhos, que copulavam com as ovelhas, comedores de florinhas amarelas do trevo das amargas, amoras e estevas, e com os homens da gabardine, que abriam a gabardine e mostravam a "coisa", sempre que a Rainha Dª. Amélia, antepassada de todas as fufas do séc. XX, seguia, sentada nos seus estofos de couro, para dizer, enjoada, "os homens do campo ainda têm a "coisa" mais pequena do que tu, Carlos...", coitado, que depois tão injustamente mataram... Para mais, a Amélia de Orleães odiava o comboio, porque os "picas" tinham todos bigode, quando o que ela adorava era buço de varina da Nazaré...
Mas, como eu ia dizendo, com o tempo, a Linha foi-se desenvolvendo, e sempre no sentido errado. Começou por se rechear de casinhas de trabalhadores da CP, que recebiam teto, para arranjarem os materiais enferrujados, e iam procriando, famílias numerosas, entre a trissomia-20 e o raquitismo, que caracterizam uma população ao nível do Biafra, e da Somália. Era um tempo de vivendas, de dentes podres, e de meninas penduradas à janela, à espera de que senhores vestidos de escuro as viessem pedofilizar, nos longínquos paradeiros do Cacém. Recitavam Pessoa, e soltavam peçonha. Por necessidades, criou-se então a segunda classe, para que a Rainha não corresse o risco de ser carteirizada pelos mãozinhas leves de Ranholas, e a Amadora substituiu, gloriosamente, a Porcalhota, tal como Goa se ia afastando da Taprobana.

Como a História não parava, e o país se ia afundando, na longa noite salazarista, começaram os monopólios e o condicionamento industrial, com um dos primeiros isaltinos de morais do nosso horizonte, o defunto J. Pimenta, a construir torres de putas, na Reboleira, mas como já então havia uma putas mais pobres do que outras, ao lado iam crescendo os barracos da Brandoa, e criava-se a célebre terceira classe, para quem não tinha bens para viajar nas duas anteriores. (Acho que a cronologia está toda trocada, mas isso é-me totalmente indiferente, nesta escrita automática).

Com o 25 de abril, a Linha de Sintra sofreu um desenvolvimento crucial, já que todos se sentiram J. Pimentas, e no direito de encher esquerda e direita, da Linha, de betão e de monstros atrás de monstros, onde as pessoas se sentiam muito felizes, para poderem perder duas horas para vir trabalhar em Lisboa, mais duas para voltarem para os seus colchões, a cheirar a cão de suburbio e gatos fedorentos. Foi a épica da Damaia, do Cacém, de Rio de Mouro e da Portela de Sintra. Toda a gente era comunista, e vivia em gaiolas comunitárias, e adorava ver fachadas de tinta decadente, como a Ucrânia, depois de Chernobyl, que tinham substituído todos os pinheiros, entre Lisboa e Sintra. Os comboios iam cheios, e era aventura, apanhar a carruagem da frente, ou do fundo, para ter direito a apalpanços, orgasmos de apeadeiro, e apertões de mamas ilegítimas.

O pior, como sempre, estava para vir, quando os Fundos Comunitários começaram a entrar em Portugal, e imediatamente foram desbaratados pelas mãos criminosas de Aníbal Cavaco Silva, Mighâ Amâghàl e Fegueiga do Amâghàl. Foi a era do preto, o novo escravo, que vinha de Cabo Verde, Angola, Moçambique e Guiné, para viver em contentor e servir para construir os monos do regime, o Centro Cultural de Belém, inicialmente destinado à Cultura, mas posteriormente entregue a gerações de "ocupas", como o paneleiro Mega Ferreira, o ladrão Berardo e o traste Vasco Graça Moura; a Expo-98, por onde os dinheiros desapareciam, como num poço de Boliqueime; o Euro 2004 e os seus estádios pedófilos, de Carlos Cruz e do Secretário do Ambiente e Desporto, José Sócrates, e tantas outras maravilhas, em forma de Scuts e vascos da gama.
(Acho que já estou a baralhar tudo, mas isto só para dizer que a Linha de Sintra ia produzindo as suas Quintas da Marinha e da Beloura, na forma de Covas da Moura e afins, com desterrados de segunda e terceira geração, com grandes pilas, e nenhuns patrimónios...)

Nesta crónica do indefensável, Lisboa ia-se despovoando, e começaram a aparecer, pelas gaiolas da Linha de Sintra, cada vez mais gente que não tinha dinheiro para viver na Capital, de maneira que foi como se a Capital fosse esticada, em forma de elástico, e estendida até Sintra, com stôras, bancários e traficantes, mano a mano, a apanhar com uma estranha forma de vida.

No meio disto tudo, o aparecimento de Massamá foi um marco histórico, já que haja quem a considere a Quarta Roma, a Constantinopla de Barcarena, e era, sim, porque começou com um apeadeiro, para depois se estender por 10 cafés, uma roulotte de bifanas, dois centros comerciais, um, com loja para brancas, e outro, para pretas, casas de putas, sótãos de cadastrados, e uma célebre sex-shop, onde os afrodisíacos eram ligeiramente mais baratos do que na Amadora.

Para as gentes da Linha, o aparecimento de Massamá foi notável, já que podiam ser assaltadas em três momentos do dia: no seu dormitório, logo de manhã, ou ao fim do dia; durante a viagem de comboio, e em Lisboa, nos postos de trabalho, já que o negrão desempregado, que o Cavaco tinha reduzido à miséria, e o Guterres ao subsídio do emprenha-mais-três-que-o-contribuinte-paga, tinha passe social, para vir atacar calmamente, em plena Baixa e Chiado.

Maior glória do que isto, nem Camões cantaria, é evidente, mas como o mau nunca nos chega, e sempre ambicionamos pelo péssimo, a coisa ainda se desenvolveu, já que estes ecossistemas, como as Galápagos, entregues ao seu isolamento, foram desenvolvendo espécies endémicas: a puta de Massamá, que se arraçou de brasileira, o respetivo chulo, que oscilava entre o Linhó e um T2 de renda baratucha, e fabricava crianças, para alimentar o insucesso das escolas de periferia, alegrando traficantes, violadores e pedófilos; o mulato, que comia a chinesinha, do restaurante da esquina, onde já pululavam os ratos, e o paquistanês, que fazia soltar "ai-jesus" à dona da rua de Queluz de Baixo, e ao marido, quando calhava. Com a chegada dos ratos vieram os gatos, para os comer, e os cães, para criar insuportáveis ambientes de poluição sonora, e maior alegria das velhas de 80 anos, com quem "davam o nó", para entupir cronicamente as urgências de infeções vaginais, do Amadora-Sintra, onde trabalhavam médicos de diploma comprado.

Obviamente, num ecossistema com tal riqueza, como qualquer biólogo dos bancos de corais, e de currais, me dará razão, era inevitável que, um dia, aparecesse um governo, e justa e heraldicamente, o "Governo de Massamá", já com preta, marialva, frequentador dos colos do útero e do anal, e muito Pau de Cabinda, que é o mesmo que dizer vender o país a retalho aos criminosos que governam Angola, e que vão provocar a guerra civil deste maio de 2012.

Tudo isto teria muita graça. se não fosse uma hiperrealista descrição do estado presente das coisas, com a Grécia a preparar-se para um governo de extrema-direita, que não vai pagar as contas, e vai lançar os fundamentos da Nova Ordem Europeia, um novo neonazismo, apadrinhado por uma sopeira de Leste, e 300 000 indignados não tivessem vindo relembrar, para a rua, que a gente que está no Poder, em Portugal, NÃO ESTÁ A FAZER NADA, e o fim da Monarquia, e a agonia da Primeira República, onde, de quando em vez, alguém se passava, e, depois de matar a mãe, a avó, as filhas e as netas, amandava um valente balázio nos cornos dos cavacos, dos miras amarais, dos dias loureiros e dos catrogas desses tempos, por acaso, ah, sim... tão idênticos aos nossos.

(Trio da indisciplina. no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal" e em "The Braganza Mothers", forte, fiel e farto)


Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
 
 

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