quinta-feira, 18 de abril de 2013

Correio da Lola - "Irá o Conde Redondo manter serviços mínimos, durante a Guerra?..."


Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas




Querida Lola:

Sou desempregado de longa data, pertenço à Geração à Rasca, e os meus colegas dos charros andam a dizer-me que, quando houver a guerra, o pessoal vai ter de ir para a frente de batalha. Eu não quero ir, porque não tem discotecas, e os meus pais já disseram que... tipo... sei lá...


Jorge Jamaica, Telheiras





Querido Jorge:

É bom saber que os seus colegas, entre as pastilhas, e os ácidos, já começaram a perceber que a guerra vem aí. Como sabe, a guerra, quando nasce, é para todos, embora seja sempre mais para uns do que para outros. Hoje foi o dia em que o Demónio levou para junto de si a cadela protagonista da última guerra do solnado do séc. XX, uma disputa por um punhado de rochas, que nunca se conseguiu perceber se era do Hemisfério Sul, se do Hemisfério Norte. Creio que o Papa Francisquinho, brevemente, fará uma encíclica sobre o assunto, De Rerum Malvinorum, a explicar que aquilo, quando muito, interessa para a postura de ovos dos pinguins mais aventureiros do Sul, ou para as Kircheners deste mundo, e há muitas, se masturbarem, a pensar que basta nadar uns quilómetros, para serem comidas por uns fuzileiros de Sua Majestade, que enjeitou a nossa Karocha Diaz-Bérrio, ainda era ela menina, só para não lhe pagar a educação e os direitos que tem, como Infanta do Reino Unido. Imagino que isso, tudo somado, deva hoje fazer umas larguíssimas "tranches" da "Troika", aliás, acho que quando a minha vizinha Karocha recuperar o que é dela vai pagar um jantar alargado ao pessoal, e há muitas de nós que poderão deixar a vida, se bem que, deixar a vida, meu querido, é fácil de dizer, mas isto, depois, é um vício que se entranha... Quando eu vim para aqui, isto eram só ruas e ruas de pardieiros, candeeiros fundidos, e vãos de escada, onde nos podíamos entregar livremente a atos contra a natureza, com todos os homens mal casados deste país, e olhe que são mesmo muitos. Depois, o Santana mandou emparedar as portas vazias, para nos obrigar a fazer sexo em plena rua, e, com o Monhé, ainda foi pior, porque transformou a Avenida da Liberdade num Hipermercado de marcas estrangeiras, para Angolanos, que nem Português sabem falar, não terem de andar a fingir, criolês, ou angolar, pelos Champs Élysées acima, e onde os cruzeiros de chinesinhas agora fazem escala de uma tarde, para comprar coisas, e depois voltam ao navio, sem sequer verem as coisas importantes, o Mausoléu da Amália, o Idolatrário de Fátima, ou a Fundação do Chula, da badalhoca da Pilar del Rio, que já nem na própria esquina vende. No outro dia, apareceu aí uma brigada da ASAE, que queria que "nos vestíssemos decentemente..." Corremos com eles à pedrada, como se uma traveca se pudesse vestir decentemente!..., e já pusémos um abaixo assinado a correr, para que nos financiem, não o vestir, mas o despir decentemente -- o Ulrich que pague!... --, coisa que, com, ou sem, guerra, se está a tornar cada vez mais difícil. O Mundo já não é o que era, e, se para começarem uma guerra, fazem bombas de panelas, isso deve deixar supor que aí vem, finalmente, a Guerra dos Paneleiros. Em Portugal, então, se os recrutam todos, ficam as ruas vazias, todas cheias de romenas dos tremeliques e de cabo verdianas da limpeza. Creio que Deus, quando entregou a redação do seu Apocalipse a João, nunca pensou que as coisas fossem acabar assim, mas isso está tudo previsto na Teoria do Caos, um mau calçar do Papa Francisquinho, na promiscua Residência de Santa Marta, ou lá o que é, pode gerar a paranóia de um tarado, na Coreia do Norte. Quanto à Guerra, querido, é certa, e já deu sinais: deve ser convencional, já que enviaram rícino (?) ao Escarumba da Casa Branca, como as cantáridas da Lucrécia Bórgia, em vez de lhe mandarem pó moído de corno de rinoceronte queimado, como a avó dele costuma fazer, sempre que quer exterminar, ou deitar mau olhado a algum vizinho, lá, da cubata dela. Portugal vai estar representado, na linha da frente, pelo seu Comandante Supremo das Forças Armadas, Aníbal de Boliqueime, com umas fraldas postas pela Maria, para não se borrar todo, a caminho de Teerão, e vocês, a Geração à Rasca vai no ir atrás, porque em cada guerra tem de haver carne para canhão. Temos de fazer a limpeza das gerações mais novas, e das mais velhas, também, para chegar ao número ideal de uns quantos milhões, como está previsto pelo Clube de Bilderberg. Vai ser muito mau, porque vai ser como no naufrágio do Titanic, toda a gente a tentar tirar senha para o bote, e não haver. Chegou-me que nem para a cria da Assunção Cristas vai haver vaga, portanto, imagine como isto está. Discotecas?... Haverá, como aquela do Rio Grande do Sul, em que tudo arderá, com o fogo de artifício, e as portas estarão trancadas, vai-se divertir, tipo, assim, como numa rave, tipo, um gajo vai para lá, tipo, saio quando me apetecer, mas depois, tipo, não deixam ninguém sair, tipo, começa a cheirar a carne queimada, começam as cenas de sadismo, tipo, violar os mortos, e quando não houver mortos, fazem orgias gay, ou seja, passa-se de carne para canhão para carne para colhão, coisa que sempre manteve vivas todas as frentes de batalha do Mundo, desde as Termópilas ao Afeganistão. Por mim, vou ficar, muito descansadinha, à espera de que volte a paz, e vou ler uns contos da Manuela BaPtista, ou uns poemas do Nilson Barcelli, enquanto as minhas colegas vão arranjar umas toiletes à Thatcher: com o desaparecimento do original, não vão é faltar clientes para serem encavados, nos vãos de escada, por damas de chicote, com ar de baronesa do ferro da puta que a pariu, que já devia ter morrido, mal nasceu. Kisses, desta toda sua. Toda sua, e de quem calha, também.


One Response so far.

  1. Mais um texto premonitório: agora, a Ultradireita preparou o Texas, como terreiro para o terror

 
 

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