quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Correio da Lola - "Eu não consigo viver com a minha pensão, mas parece que ainda me vão fazer mais cortes..."


Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas


Querida Lola: 

Sou refornada dos chocolates "Regina", e tenho uma pensão de 243 € e 50 cêntimos. A minha vida é muito difícil: como tenho de pagar renda, luz e gás, para poupar na comida, geralmente compro uma caixa de hipnóticos, e outra de calmantes, a primeira, para adormecer, e a segunda, para conseguir continuar, a semana inteira, permanentemente a dormir. Costumo acordar é só aos domingos, mas é para roer uma côdezinhaa de pão, e voltar a hipnotizar-me, para dormir a semana seguinte inteira. Graças ao Papa Francisquinho que não me falta água no Inverno, porque eu ponho um balde na varanda, e consigo beber das poupanças da chuva, que S. Pedro nos dá. No Verão, já é mais difícil, ando semanas com as gengivas secas, e amargos de boca, mas lá nos vamos aguentando, na graça do senhor, sei de gente que vive pior do que eu e temos de nos aguentar, ai, temos, temos, não é, como diz o Sr. Ulrich?... Agora, parece que me querem fazer cortes na pensão, para pagar um banco que era do Sr. Presidente da República, e faiiu... Não sei se vou conseguir aguentar a minha vida, tanto mais que o meu coração anda muito perturbado, no outro dia, quando estive meia horita de olho aberto, no domingo, vi uma coisa nojenta, no programa da Srª. Dona Teresa Guilherme, uma mulher que tinha implantado uma sarda, e era homem, valha-me deus, o meu marido cada vez me chega cada vez mais tarde a casa, até já pensei que ele pudesse ter esses vícios dos "homenssexuais", porque dizem que agora os homens estão todos a dar nisso. Durmo a semana toda, mas é um sono de angústia. Pode ajudar-me?...


Celestina Ribeirão, Estrada de Benfica



Querida Celestina:

Você põe-me tantas questões que parece a comissão parlamentar de audição das mentiras do agente angolano da CIA, Rui Machete, mas eu sou generosa, e como quem paga a rede é aqui uma zona de free wi-fi, no Conde Redondo, onde apanho a rede do Hotel "Dom Carlos Liberty", e eu tenho tempo, vamos começar pelo fim. Querida, os homens dividem-se em três categorias, os que já foram bichas a mulher nunca percebeu; os que são bichas e a mulher continua sem perceber, e aqueles que virão a ser bichas, sem a mulher nunca saber. Se tivesse lido um pouco de Aristóteles, escusava de me fazer essa pergunta, porque deve ter sido a única época da História em que os homens se comiam uns aos outros, com a mulher a saber. A partir de aí, entrámos numa longa noite das trevas, já que eles contiinuaram a comer-se, só que na santa ignorância delas, mas como diz a Lisette, que avia ali mais acima, o que o olho não sente, o coração não vê, mas ela fala por ela, que costuma aviar caboverdianos, e tem no lugar do esfíncter uma coisa parecida com a memória da água, na homeopatia, há uma gota de uma coisa que já não existe, mas ela ainda continua a acreditar que lá está, coitada, tão rebentada que, com a crise que aí anda, nem dinheiro tem para ir ao "Colombo", para lhe fazerem umas bainhas novas nas bordas... Quanto à pensão, eu creio que pode ficar descansada, ao contrário de milhões de Portugueses, que vão ter de pagar, durante gerações, o desfalque que o Dias Loureiro, o Rui Machete, o Duarte Lima, o Oliveira e Costa, a Patrícia, o Aníbal de Boliqueime, e aqueles nomes anónimos da lista da "Galilei", os chamados mamadores que nunca mamaram (oficialmente), mas levaram o "Eng." Sócrates e o seu gang, a nacionalizar o Lehman Brothers português, séria, limpa, honrdamente, e sem culpados, como só nós e o "casal" McCann conseguimos fazer, enfim, é uma arte que não é para todos, e pode ficar descansada já que, se me diz que não consegue sobreviver com a sua pensão, é por que a sua pensão não é de sobrevivência, senão... a querida conseguia... sobreviver, não é?... Isto é a Lógica, de Wittgenstein, aplicada à sua situação, e de facto deve dar-se por feliz, já que não vai sofrer cortes, quaisquer cortes, e pode continuar entregue às suas colossais sornas de semanas inteiras. Quem me dera a mim poder dormir, mas devo ser das raras portuguesa que, quando os outros vão para a cama, vou eu para a esquina, faça frio, faça estio, sempre naquele apelo do silicone de ser amachucado, até ficar cheio de nódoas negras, o sonho de qualquer traveca, e que me queimem os bicos com pontas de cigarro, para eu poder ganir que nem uma cadelinha abandonada, se bem que eu saiba que isto é tudo cada vez mais virtualidade, já que a pergunta, quando eles baixam o vidro fumado do carro, é sempre a mesma: "é grande?...", por acaso, nem por isso, mas uma mentira piedosa vale hoje 30 €, eles sentam-se aqui um pouco, eu simulo um orgasmo, e eles vão para casa, com o cagueiro ligeiramente dilatado, convencidos de que vieram de uma cena de sexo anal, mas não vieram, porque eu só ponho o pau de pé, deixo-os sentar, a bater uma, enquanto pensam no Fábio Coentrão, e lá vão de cu entrado, esvaziar as bolas na legítima, que pensa sempre que o seu Gregório voltou a desejá-las, como no primeiro dia. O Mundo é uma Comedia dell'Arte, e nós, ou aderimos, ou somos intervencionadas pela Troika, o sonho da minha vida, mas tinha de ser uma troika de Comandos da Amadora, a tentarem a tripla penetração, para eu ir parar às urgências da Alfredo da Costa, para me coserem tudo, já que creio que as travecas têm direito a apoio de cesarianas com as nalgas, deus me perdoe, se o meu cu tivesse ovário, quantas vozinhas melosas me chamariam hoje "mamã"... E para terminar, querida, do que eu mais gosto, na sua reforma, é dos 50 cêntimos: quando a cadela da Maria Luís Albuquerque, uma funcionária da Goldman Sachs, no Enclave Português de Cabinda Norte, descobrir, às 22.59, do dia a 31 de dezembro de 2013, acredite que lhe vai fazer um corte de última hora, de 50 cêntimos, mas discreto, e faseado, ao longo dos 60 segundos restantes, para evitar que o deficit fique acima dos 10%, e esta é, talvez a única má notícia que tenho para lhe dar. Voltando ao seu marido ser paneleiro, só para a animar, garanto-lhe que não, porque se ele chega cada vez mais tarde a casa, quando muito, é porque anda a ser chulado por uma brasileira, porque os paneleiros agora vão todos para casa muito cedo, desde que os sanitários da CP receberam ordem de encerramento, às 20 h. A partir dessa hora, querida, não há nada para ninguém, e sabe por quê? Abusos!... Gente que fazia dos sanitários sala de estar, e dos exemplos imorais da preta da limpeza, de Sete Rios, que foi despedida, por corrupção passiva, já que abria a casinha das vassouras, por 1€, para os casados da Margem Sul se poderem mamar uns aos outros, confortavelmente, antes de irem para os seus pardieiros de Corroios; abusos do segurança monhé, que olhava para todos, como potenciais presas!... No fundo, este tsunami só poupou o eslavo bonzão, das bilheteiras, que, para o meu gosto, só tem um defeito: ser sustentado, e andar a ser feito por uma bicha velha, horrorosa, daquelas que já só existem nos manuais de palenteolologia, ou aparecem nas tvs, sempre que um fogo lhes queima as couves, numa terra que a gemte nem sabia que tinha lugar no mapa. No fundo, o que lhe interessa a vida do seu marido, a vocês, que está drogada meses inteiros?... Feliz é ele, que deve ter a parafilia da necrofilia, e sempre que chega à cama ter um corpo inerte, no colchão, e, como qualquer casal desgastado, poder depositar a "semente", onde calhar, antes de começar a roncar... E chega, querida, chega, que escrever é como levar no cu: ao fim de meia hora, começa a haver uma vaga sensação de cansaço, como quando entramos naqula abençoada reta final das joelheiras, no Idolatrário de Fátima, onde o único milagre que vimos foi ter desgastado a pele morta dos joanetes, durante a viagem. Kisses, filha, nessa sua xoxa, reformada, sobrevivente e adormecida.


 
 

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