Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do Kaos
Estava eu ontem, no "Frágil", naquele enlevo de alma, ledo e cego, que as sondagens não deixam durar muito, a esvaziar uma garrafa de "Black Vodka", com o Rui Tavares. Ele tinha apostado que enfiava dez amigos no Parlamento Europeu, mas eu, ligeiramente eurocético, continuei, até à última, a insistir em que ele nunca passaria de oito amigos, e um par de mamas, quando muito. Quando chegou o terremoto, ficou com o par de mamas na mão e um horroroso bafo de álcool, no ar. Pedi licença, e dei o fora, que a noite ia ser daquelas longas.
Como imaginam, isto é apenas a parte ficcional deste texto, pelo que vamos já à realidade, e a realidade é que que quero, do alto destas pirâmides, saudar o profundo civismo que representou a maioria absoluta representada pelos sessenta e muitos por cento de abstenção portuguesa. Para mim, perfecionista, teria ficado mais satisfeito com uns 70%, mas fica para as Legislativas.
O lado bom da coisa é que finalmente assisti a umas eleições onde todos perderam, subterrâneo desejo que tenho, sempre que começa uma daquelas mobilizações de branqueamento de capitais, a que chamam "Futebol", mas costumo ter menos sorte, embora continue em crer que lá chegaremos, um dia, por que é preciso variar.
Os vencedores, evidentemente, foram o "galambizado" PCP (alguém, alguma vez, ouviu o PCP não se afirmar vencedor de qualquer eleição?...), a Coreia do Norte, que vai estabelecer parcerias estratégicas com Angola, a Nádega de Assis, que conseguiu uma vitória "estrondosa" sobre toda a "Direita", que não de Assis; O Coelho e a Zsa Zsa Gabor, que conseguiram reenviar para Bruxelas, o outro Coelho, ainda mais medíocre do que o segundo, ou o primeiro, sei lá, coordenem como quiserem; o Bloco de Esquerda, que pôs lá uma de tal Marisa, para poder excitar a líbido entorpecida das cadeirinhas de rodas alemãs, e... e... e... o Marinho Pinto, uma espécie de coisa em forma de assim, que realmente surpreendeu, e provou o estado a que chegou a "Coisa" Europeia.
A verdade é que o redesenhar das bancadas parlamentares apenas veio confirmar o estado de desagregação e dissolução do Projeto Europeu, minado por neo-maoistas, neo-liberais, senis de 68 recauchutados, porteiras de Leste de estalinismos falidos, o ranço dos Centrões, os democratas ajoelhados, os socialistas empalhados e as grandes surpresas da noite, que só surpreenderam os surpreendidos, e que foi o cavalgar das Extremas.
A Senhora Le Pen conseguiu colocar lívida a infinita sapiência do Professor Marcelo, que nem com os maiores bochechos de demagogia conseguiu esconder o facto, e encabeçou a tal mancha de deputados que não se encaixam em lugar nenhum, mas se arriscam a pôr o Parlamento Europeu inteiro a ter de se encaixar neles.
Nesta altura, o Rui Tavares já tinha passado da previsão de eleição de 10 para 11 deputados do "Livre", e eu já nem um par de mamas lhe tinha para oferecer, pelo que lhe enchi o copo de "Vodka Negro" e lhe dizia, "bebe, filho, bebe, que faz bem beber, para esquecer...", pensando que o Parlamento Europeu já estava minado de gatos fedorentos e oportunistas suficientes que chegassem.
Num nível mais elevado de análise, é bom saber que o Sr. Kissinger, quando empurrou o "Cherne" para a Presidência da Comissão Europeia, como o primeiro-ministro mais medíocre da Europa, estava realmente a apostar no homem certo: Barroso deixa um Continente à beira da Guerra, da Grande Depressão, da desindustrialização, da Deflação, da ascensão dos extremismos, da glorificação dos neo-nazismos, com um oceano de desempregados, de miseráveis, de mafiosos, escroques, novos ricos, carteiristas de dinheiro sujo, e que passou a ser uma espécie de cano de esgoto mundial, debaixo das gargalhadas da Rússia, da China e dos países que nos chamam "Museu do Velho Mundo".
O meu sonho, confesso-vos, vão mesmo ser os profundos diálogos entre o Marinho Pinto, a Ana Gomes, nos dia da bêbeda, e a Marine Le Pen: qualquer coisa muito, mas muito, para lá da marinada imaginação da Teresa Guilherme.
O Rui Tavares dizia-me que eu era um exagerado, e o homenzinho até era sério, já que tinha feito dois cursos ao mesmo tempo, um, aos gritos, em cima das mesas da Faculdade de Direito, e o outro em cima das mesas da Faculdade de História, com o Livrinho de Mao Tse Tung nas manápulas, clamando por "APTOS", que tantos cursos honestos deram à canalha política que nos conduziu ao abismo presente. Eu, como sempre, mais modesto, defendi que Durão Barroso, de facto, tinha feito História, mas História da negra, como tantos bandalhos da sua laia. A preceito, só lhe falta agora uma "saída limpa", como a de Mussolini e da Clara Petacci, eventualmente, com o Aníbal de Boliqueime a medalhá-lo, mas pendurado pelos pés, ao esvoaçar de uma bandeira de caricas coloridas.
Felizmente há luar. Para vocês, que já imaginarem o que aí vem, e é bem feito, ai, tão bem feito, -- não é Rui, já para aí caído, no chão do "Frágil", a sonhar com 111 deputados... -- felizmente há esperança: quando já pensávamos ter batido no fundo, Pinto Balsemão, o Governo Sombra de Portugal, há quase meio século, depois de ter atingido um mínimo absoluto de pores do sol no Cairo, ao convidar Clara Ferreira Alves para Bilderberg, consegue agora melhorar a sua melhor marca, em 2014, ao convidar para Bilderberg-Copenhaga, uma das almas mais medíocres que já passou pela Universidade Nova, a gaja dos voos semanais para Paris, Inês de Medeiros. Sim, mais abaixo, seria difícial, eventualmente, a Ágata, ou a Romana, mas ele lá terá as suas razões: não nos esqueçamos de que o Centro Cultural de Belém está órfão de cavalgaduras, desde o óbito do outro...
Creio que o Patrão das Sombras, depois do pôr do sol no Cairo, estará agora a preparar, para Portugal, um amanhã de auroras douradas que cantam. Faz bem, aliás, muito bem, como já começaram a afirmar os "Mão Morta"...
(Quarteto das extremas, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")
A destruição da Europa foi entregue nas mãos de um canalha português. Porreiro, pá :-\
cortante, verdadeiro,
a sátira política no seu melhor