Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
toutinegra-do-mato
Há as residentes e as estivais, as de cabeça preta,
garganta branca, as de barrete azul e peito laranja. O anel orbital
avermelhado, bigode branco. As carrasqueiras, as do mato, as reais, as tomilheiras.
As que gostam da vegetação rasteira, dos azinhos, dos lameiros, dos bosques,
dos matos densos, dos jardins urbanos, dos humanos. As que se deixam observar e
as esquivas, que se escondem nas copas das árvores, cultivam o distanciamento e
a linhagem da ordem, da família, do género. Tantas são, que se viajarmos para
muito longe, descobrimos as anãs, as de óculos, as falcão, as de Chipre, as
árabes e as de Ménétries. Reconhecer-lhes o canto é a melhor forma de as
encontrar. E simultaneamente a mais difícil. Podíamos ficar aqui o dia inteiro a falar das
toutinegras, das vocalizações matraqueadas, dos chamamentos secos, tac, tac, do
canto melodioso que invade as manhãs de primavera. Não fora esta semelhança que
lhes encontro, de cantarmos de maneira diversa, como diversa é a forma de voar.
E se falássemos de gente
não seria diferente
a começar
por cada cabeça
a sua sentença
cada um tem seu andar
peculiar
e é diferente
o timbre da fala
ou o modo em como se cala
só temos uma coisa em comum
não voamos
no resto,
cada um é diferente dos outros todos
E há uns discreto pica-paus, pretos e brancos, que fiquei a saber serem endémicos, e que apareceram por todo o lado.
Adoram as calçadas do Palácio de Belém,
e eu
também :-)