Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do Kaos
Via "Esquerda Net"
"Em Fevereiro,
a Wikileaks revelou ao
mundo o convite que o Goldman
Sachs dirigiu à empresa de espionagem Stratfor: a parceria num Hedge Fund
chamado Stratcap. De acordo com um email de Agosto de 2011, escrito por George
Friedman, o CEO desta CIA privada, a oferta partiu do director do Goldman Sachs,
Shea Morenz. Ele propôs uma nova aventura, Stratcap, que nos permitirá utilizar
o conhecimento que produzimos sobre o mundo num espaço novo mas com ligações, um
fundo de investimento. Onde previamente aconselhámos outros Hedge Funds, teremos
agora o nosso próprio, inteiramente fundado pelo Shea. Nós já estamos a
trabalhar em simulações de investimento e transacções. Outros e-mails mostram
que, durante 2011, foi montada uma complexa estrutura financeira com recurso
a offshores, de forma a lançar a Stratcap, sob uma capa de aparente
legalidade.
O
esquerda.net teve
acesso a estes e-mails revelados pela Wikileaks, que indicam que a Parpública,
empresa que gere as participações do Estado português em grupos como a GALP,
REN, Águas de Portugal, TAP e ANA, estava na mira deste fundo de investimento.
Num e-mail de Setembro de
2011, um alto responsável
da Stratfor, Alfredo Viegas, chama a atenção para o plano de privatizações
anunciado pelo Governo português e pela troika: isto abre algumas oportunidades
de negócio muito interessantes no que toca a empresas paraestatais portuguesas e
possivelmente em outros PIIGS; para mim, o activo mais interessante são os 5,25%
de obrigações da Parpública; o que torna estes títulos muito interessantes é que
são convertíveis para a GALP, aquela empresa de combustíveis.
A Stratfor
não perdeu tempo. Num documento enviado ao
CEO, George Friedman, intitulado STRATCAP Portfolio - summary, é
possível verificar a inclusão de um quadro que faz referência aos títulos da
Parpública. E já em 10 de Novembro, Alfredo Viegas exulta com as declarações de
Pedro Passos Coelho, que nesse dia anunciou o plano de cortar a
despesa pública em 43% até 2014. É muito agressivo. Se eles fizerem isso,
Portugal é uma grande compra, encurtando o nosso caminho para os títulos da
Parpública.
António Borges e a privatização da
Parpública
A Parpública
foi criada em 2000 pelo Governo de António Guterres, com o objectivo de ser o
instrumento do Estado para assegurar a gestão de empresas em processo de
privatização. Esta posição concedeu uma importância central a esta holding
pública, que viu os seus lucros subirem a pique na última década, fruto das
privatizações levadas a cabo por todos os Governos.
Com a vinda
da troika e o plano do PSD e CDS para privatizar as últimas jóias da coroa, TAP,
ANA, CP Carga, CTT, Caixa Seguros, Água de Portugal e RTP, a própria Parpública
tem os seus dias contados, pois o
Estado deixará de ter participações nessas empresas.
Na segunda
versão do memorando de entendimento foi avançada a
possibilidade de dissolução da Parpública ou a sua integração na administração
pública, uma vez que as suas fontes de receitas serão afectadas pela
privatização.
A verdade é
que, até à decisão final, é pela Parpública que passará o processo de
privatizações, e é no âmbito da Parpública que opera António Borges, assessor
indicado por Passos Coelho para liderar o processo.
Mas esta não
foi a primeira vez que António Borges lidou com a Parpública. Entre Fevereiro de
2004 e Abril de 2005, o Goldman Sachs prestou consultadoria financeira à
Parpública, no âmbito dos processos de privatização da GALP e EDP, recebendo por esse tempo 2,3 milhões de dólares do
Estado português.
Nesse tempo,
o representante do Goldman Sachs perante o Estado foi António Borges, que agora
fala em nome do Estado a defender as privatizações, incluindo o modelo ruinoso
de concessão da RTP, apresentado na entrevista à TVI, na semana
passada.
A ligação de
Borges ao Goldman Sachs tem levado ao questionamento da sua imparcialidade na
condução do processo de privatizações. Marc Roche, autor do livro «O Banco: Como
Goldman Sachs dirige o Mundo», quando
questionado sobre a escolha de Borges pelo Governo de Passos Coelho,
alertou: o problema é que o senhor
Borges não disse o que fez no Goldman Sachs; pode haver um conflito de
interesses; é preciso total
transparência; o senhor Borges tem de decidir se o Goldman Sachs tem ou não um
papel nas privatizações».
Quem é que paga 240 000 € a este cão, para destruir Portugal?
Que Portugal é este, que permite que se paguem salários de 240 000 a criminosos, que deviam estar detidos?...
Onde estão os Portugueses?...
Não lhe filmem a cara: desfaçam-lha!...