Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas
Imagem do Kaos
Para mim, leitor da Irmã Lúcia, desde o tempo em que era analfabeta, foi com as lágrimas nos olhos que ontem cheguei à pág. 46 do volume III dos seus"Diários", onde ela escreveu a célebre e piedosa frase "sempre que um político é preso, nasce uma nova estrela no céu". E é por estas e por outras que eu acho que a verdadeira poesia só poderá sempre sair das almas simples, como era a Lúcia, o José Rodrigues dos Santos, a Inês Pedrosa e os inéditos do Jardel, por que tudo o resto não passa de saramagos, mas daqueles mesmo maus.
Estava eu neste engano de alma ledo e cego, vejo passar no rodapé do plasma que Sócrates tinha sido preso, e pensei que o Schindler não fazia só listas, mas também elevadores que encravavam entre dois andares, e pensei, "lá vai ficar a dengosa à espera de que lhe desalavanquem o ascensor", mas era bem pior do que isso, era mesmo passar diretamente da executiva de Roissy para o banco de trás do 67-PD-03... minto... esse era o de hoje, o de ontem era 57-SG-36, ou o 70-BU-71... olha, já não sei, para mim, os carros são como os Chineses, são todos iguais... quer dizer, não são, por que os Chineses até se dividem entre os que já têm visto "gold" e os que ainda não têm. Na verdade, disse-me um passarinho, aquilo são tudo viaturas caçadas à Mafia da Noite, do Pinto da Costa, ou da frota do Autarca das Putas, o Menezes, que tem uma grande quinta, lá em Gaia, senão não vinham de matrícula à mostra, portanto, a serenidade impera e é isso que é preciso, como dizem aqueles olhinhos permanentemente dormentes, e cativantes, de antidepressivos, da nossa Paulinha Teixeira da Cruz.
A realidade é que finalmente prenderam o Sócrates.
No entanto, não entendo como a prisão de Sócrates possa ter sido surpresa, já que estava anunciada desde que foi para Primeiro Ministro de certos interesses, disfarçado de Primeiro Ministro de Portugal, coisa que o distingue de Passos Coelho, que veio ao mesmo, mas já na versão 2.0, ou seja, assumidamente disfarçado de coisa nenhuma, mas pressuponho que este progresso seja aquilo que Marx considerava o desígnio da História e as minissaias prenunciaram, ou seja, a lei dos amanhãs cada vez mais nus.
Como homem da Academia, tenho muito carinho por Sócrates, já que era como Átila, por cada Universidade por onde passava nunca mais a erva crescia, e deixou vários lutos atrás de si, como a defunta "Independente", morta por um "fax" fraudulento, nas palavras da nossa querida colega Tânia Vanessa, inventado com a mesma ligeireza com que se inventou "a roda e o fogo", e ele só não fechou a "Sobronne" -- como pronunciava ontem um dos jornalistas aleijados mentais do Futebol... -, onde ele andou a treinar a Sofística, para poder citar Górgias, e fazer crer ao Sistema Judicial que a virtude de um escravo não era igual à virtude de um estadista, ou invertendo a forma, o crime do escravo nunca poderia coincidir com o do estadista, já que o escravo ia invariavelmente dentro, e o estadista continuava cá fora, e continuava, e continuava, até chegar ao Conselho de Estado e à Presidência da República,
dizia eu de que,
só não fechou a "Sobronne" por que passava mais tempo nos "slings" do "Keller", ajoelhado, a fazer de Fernanda Câncio, e por que a Madame Myriam, apesar de ter recusado à cunha do Seixas da Costa converter Estruturas II em Ontologia, e Betão I em Fenomenologia, sempre o tratou com o carinho devido pelas madames francesas às potenciais porteiras portuguesas, sobretudo, com o pedigrée de terem andado a fingir dirigir um país, quando não passavam de uma cortina para tapar interesses e cambalachos.
Infelizmente, esta história toda misturou-se com a cretinice, os atavismos e a ignorância típicas do país mais atrasado da Ibéria, e quando começaram a falar de 3 000 000 € de um apartamento no Sezième, suponho que os jornalistas ficassem confundidos, já que o topo dos topos dessas mentes que chegaram ao topo da base são os 120 000 dos rés do chão de Massamá e de Mem Martins, e, portanto, nem vale a pena falar-lhes de quanto vale um apartamento de cobertura da Avenue Foch. Na realidade, nem percebo por que estamos a discutir isto aqui, já que uma entrada no offshore do "Keller" não vai além de 15€, mas com dress code, por causa das chuvas douradas...
(Estão-me a fazer ali sinais ao fundo de que a loura burra e descolorada do "Eixo do Mal" está a defender assanhadamente o Sócrates, pelo que suponho que haja comissões ocultas, como recebia a Câncio, por se fazer passar por pau de cabeleira do gajo mais homeoerótico que já desfilou pelos "outros colos" do Largo do Rato...)
E, já que se falou do Largo do Rato, tenho de referir a angústia política que mais me atravessa, neste momento negro de dissolução da III República: até hoje, tínhamos sempre aquela vaga sensação de que estávamos perante o pior governo de sempre, até que dei comigo a desejar que o de Passos Coelho, o pior governo de sempre, não caísse já, com receio de que venha o pior governo de sempre que se lhe vai seguir, uma coisa subtilmente preparada nas sarjetas da Nação, já que as célebres Primárias do PS, e sei de quem o fez, e gaba de ter feito, foi uma multidão de aficionados de outras cores politicas que se inscreveu, apressadamente, para poder ir votar no próximo chefe de governo mais a jeito para abate fácil. António Costa, o sorriso mais rancoroso e vingativo da sociedade portuguesa, entendeu que o país inteiro lhe estava a estender a mão, mas não era, era, sim, o país inteiro a empurrá-lo, para ver se o despachava, rápido, e com carinho, muito carinho.
Não por acaso, a Sexta Feira Negra foi um aviso do Ministério Público, e da minha cara amiga Joana Marques Vidal, incorruptível, desde o tempo dos "charros", que, a par com o Carlos Alexandre, parece ter arrancado com uma mudança de paradigma, que João Guerra, com o "Casa Pia" tentou, mas não conseguiu, dado o horroroso poder das sombras detida pela sinistra Rede Pedófila, que domina Portugal, e que agora está avidamente, à espera de que António Costa chegue ao Poder, para poder recomeçar o seu interrompido regabofe.
Para os incautos, António Costa é uma tentativa de taxativo regresso ao pior do Socratismo. Na verdade, António Costa é muito pior do que isso: é a tentativa de regresso ao ciclo interrompido por Jorge Sampaio, um aventalado que acha que o não é, e que percebeu que a fuga para a frente de Durão Barroso, um cobarde neo maoista, e enfiado no negócio dos submarinos até ao pescoço, poderia levar a uma vitória, em caso de eleições antecipadas, de Ferro Rodrigues, enfiado nos escândalos de pedofilia até ao pescoço... mas do pescoço do Gastão. Nesse tempo, era Ferro o Secretário Geral do PS, e Costa o mentor da bancada parlamentar. Viraram os lugares, e a merda instalou-se na mesma, a deixar prever o pior dos cenários possíveis. O resto já vocês sabem: as lojas maçónicas lançaram um sério aviso, e ditaram uma sentença salomónica, Ferro Rodrigues não era, como Paulo Pedroso -- que o tinha puxado para aquelas vidas... -, detido, mas, em contrapartida, também teria de ser inibido, dada a gravidade do clima atingido, de chegar a Primeiro Ministro. Esse interregno chamou-se Santana Lopes, e acirrou a opinião pública ao ponto de Sampaio desencadear o Golpe de Estado Constitucional que conduziu às insuportáveis maiorias de Sócrates. Como se diria, no Efeito Borboleta, a Teoria do Caos levou a que, de um ato simples, como enrabar putos, se chegasse, em três tempos, à Bancarrota.
Este é, portanto, o resumo do que aí pode vir, já que António Costa não é um neo socratismo, mas um neo ferrismo, gente que vem ávida de vingança, e que parece ignorar que a História enterrada já não é recuperável, senão através de um atropelo de todos os valores, e a coisa não é figurada, é literal. Para quem tenha dúvidas, veja o que ocorreu no melhor acervo de imagens satíricas do nosso Bordallo contemporâneo, o Kaos, mal se soube que vinha aí a maré pedófila encavalitada no Costa. Vale a pena verificar o que vai acontecer à liberdade de expressão, como muito bem avisou a Maria Antónia Pila..., perdão, Palla, mãe do dito cujo, quando avisou que o PS convive muito mal com a Liberdade de Imprensa.
Eu acrescentaria, de Imprensa e não só, e diria que ela lá sabe o filho que tem, e, brevemente, todos nós o viremos a saber, pelo mal, e por igual...
A instabilidade é, portanto, inequívoca. Em termos técnicos, estamos a assistir ao Fim da III República, entre o exercício do braço judicial, e a possibilidade, não meramente teórica, de quase toda a Classe Política acabar na prisão. Aqui, ao lado, ascende o "Podemos", e o "Syriza" poderá governar a Grécia. Por cá, como usual, fomos apressadamente aos sucedâneos, não viesse a espontaneidade instalar-se, e os órgãos de intoxicação social imediatamente tentaram ocupar o espaço possível de um movimento emergente de cariz comparável, empurrando apressadamente para a frente aquela anedota do "Livre", um fogo fátuo das entrelinhas dos amigos dos telejornais e das penumbras etílicas do "Frágil".
Até agora, todavia, todo este texto foi regido pela epiderme, pelo que agora vamos ter de ir à derme. Há evidências de uma rotura de paradigma, como altos funcionários do Estado presos, ministros demissionários, e Sócrates, a cabeça de um polvo que ainda nos vai surpreender -- há vozes que dizem que está conectado com o Irão e o ISIS -- mas as causas dessa rotura talvez não sejam as evidentes. Na verdade, o conflito latente, entre as Lojas Regulares e as Irregulares acentuou-se, sendo que as Regulares andarão mais pelas bandas do PS, e as Irregulares pelo PSDeísmo. Como os bastardos, os das Irregulares anseiam agora pelo ingresso nas Regulares, e os irmãos de LÁ começaram a estender as mãos aos irmãos de CÁ (com o carinho com que Soares abraçou Isatilno, e mais não é preciso acrescentar...). Em princípio, o grande golpe seria a tomada de assalto da Madeira, com o novo Napoleão de Goa a fazer da ilha a sua Córsega, pela mão do Albuquerque, uma coisa de que é melhor fugir antes que venha, como avisa, e bem, o nosso Eduardo, o "Braganza" da Ilha mais Bela, mas só o Diabo saberá em que estado de avanço já estará essa gangrena: prefiro não me pronunciar, já que quem se mete com o Aventalinho leva...
Descendo da derme à carne, os rumores são ainda mais sinistros: na sua avidez de atropelo, Costa lesou o irmão de Coja, esquecendo-se de os níveis mais baixos têm de respeitar os graus iniciáticos mais elevados. Não se pode subir mais do que deve, nem fazer descer quem já subiu. A vingança será atroz: António Costa é já o primeiro caso de Primeiro Ministro demissionário, antes de ser empossado. A sua sombra chama-se João Constâncio, e a sombra de João Constâncio chama-se João Galamba, e não precisamos de dar mais nenhum passo para entender, que, então, muito brevemente, estaremos em pleno autoritarismo.
Olhem, acho que já falei demais. Não se importam, mas vou ficar por aqui, por que, se depois da epiderme, da derme e da carne quiserem ir aos ossos, vão vocês, tá?...
(Quarteto do aventalinhos às riscas, no "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")